terça-feira, 20 de abril de 2010

DEPRESSÃO PROFUNDA

O problema dos transtornos depressivos, assinalado pelo código de Classificação Internacional de Doenças – CID 10 – como transtorno do humor, é bem mais comum do que se possa imaginar, acometendo sutilmente uma parcela considerável da população que não se dá conta da instalação da doença, que interpretam como estados de melancolia, baixa auto-estima, falta de motivação para a vida. Claro que todos estes sintomas podem ocorrer eventual e passageiramente na vida de todos nós, sem que com isso caracterizemos uma depressão estruturada. Contudo, quando eles permanecem por longos períodos, modificando os padrões normais de vida das pessoas, é porque esta sintomatologia evoluiu para um quadro depressivo instalado.




Mesmo assim, muitas pessoas continuam a viver através de um esforço hercúleo de superar o desânimo que as afeta, apelando para estratégias paliativas como técnicas de auto-ajuda que, se melhoram os sintomas, não erradicam as causas. Cedo ou tarde elas voltarão a aparecer, quando não comportamentalmente, em sintomas no corpo físico nos processos de somatização. Mas, na maioria desses casos, dificilmente a pessoa está exposta a riscos de vida, apesar do comprometimento na sua qualidade.



Entretanto, existe um tipo de depressão, não classificada regularmente nos compêndios de saúde mental, que têm levado pessoas ao óbito, quando não tratadas no tempo devido. E não ao óbito pelo suicídio direto, mas por um suicídio indireto onde a pessoa opta por não querer mais viver. Refiro-me aqui às depressões profundas, que avançam para além das causas emocionais para atingirem níveis energéticos, promovendo um esvaziamento das forças vitais até a morte do indivíduo.



É difícil estabelecer referenciais diagnósticos para aferição da profundidade e gravidade do quadro depressivo, o que me parece estar mais sujeito à experiência e intuição do terapeuta. Ao longo de minha atividade profissional tenho tido a oportunidade de verificar situações dessa natureza, com o falecimento daqueles que, por não acreditarem nos resultados possíveis de uma psicoterapia, preferiram os recursos paliativos ou unilaterais. A gravidade dessa doença exige uma abordagem transpessoal e multidisciplinar, para que um resultado positivo seja alcançado.



Nosso referencial de ser humano, do ponto de vista de uma Psicanálise Transpessoal, envolve aspectos físicos, psíquicos, sociais, energéticos e espirituais, que precisam ser trabalhados conjuntamente em patologias dessa gravidade.



No caso das depressões profundas, além do distúrbio emocional que sempre é gerador do processo, existe um transbordamento das pulsões inconscientes conflituosas para o corpo físico e para as estruturas energéticas. Com isso, o padrão de ondas mentais desse indivíduo passa a vibrar em níveis muito baixos, deletérios, criando uma psicosfera mórbida ao seu redor. A sintonia mental que faz com que semelhante atraia semelhante rege, então, o envolvimento dessa pessoa com outras ondas mentais que lhe são semelhantes. Tal influência pode ocorrer de outras pessoas próximas, de individualidades no período intervidas (espíritos fora do corpo físico) ou por ondas mentais que transitam livremente na psicosfera planetária, como ondas de rádio esperando um aparelho receptor; no caso uma mente depressiva. Nessas condições a enfermidade fica potencializada pelos agentes externos que se afinam com as motivações doentias internas.



Por isso, o diagnóstico desse tipo de depressão não é fácil de ser realizado, já que envolve uma percepção mais larga da individualidade humana que nem todos os profissionais da área de saúde mental adotam.



Nestes casos, a abordagem terapêutica exige a participação medicamentosa prescrita por médico psiquiatra, um processo psicoterapêutico transpessoal bem conduzido, o uso de tratamentos complementares que foquem as estruturas energéticas, como os florais, a homeopatia, o Reiki, a fluidoterapia, entre outros. Mas também, sem deixar de ser científico nas minhas colocações, o desenvolvimento de uma religiosidade que eleve o padrão mental do enfermo, estreitando nele os laços com o Poder Criador da vida, higienizando a sua psicosfera mental, através da compreensão de quem ele é e dos objetivos fundamentais de sua existência, para que construa um ambiente de harmonia e esperança ao seu redor.



Claro que, como dissemos acima, tais procedimentos não podem estar restritos a uma única ação terapêutica, exigindo que se busque na multidisciplinaridade os caminhos facilitadores para o seu alcance.



Vale ressaltar que, como tenho tido a oportunidade de verificar com pesar, a falta de cuidados e comprometimento com o tratamento das depressões profundas, por parte de pessoas inadvertidas, ainda continua a conduzi-las para dolorosos desfechos.

DEPRESSÃO (Transtorno depressivo)

A tristeza é dos sentimentos humanos o mais doloroso. Todos nós tomamos contacto com ela em algum momento de nossas vidas. A tristeza passageira, a "fossa" ou "baixo-astral", o "estar down" fazem parte da vida, e são superados após algum tempo. O luto, após a perda de um ente querido, manifesta-se por um sentimento de tristeza e vazio e também é superado com o correr do tempo. Devem-se distinguir a tristeza e o luto normais da depressão.



A depressão é uma doença, como outra doença qualquer, que se caracteriza por uma tristeza profunda e duradoura, além de outros sintomas e que dispõe hoje de tratamentos modernos para alívio do sofrimento que acarreta. A depressão é uma doença bastante comum. A cada ano, uma em cada vinte pessoas apresenta depressão. As chances de alguém ter uma depressão ao longo da vida são de cerca de 15%. Ela se manifesta mais freqüentemente no adulto, embora possa ocorrer em qualquer faixa de idade, da criança ao idoso. É mais freqüente nas mulheres do que nos homens.



É muito importante que as pessoas saibam perceber a depressão para poder procurar ajuda especializada e tratamento. A pessoa sente uma tristeza intensa, que não consegue vencer. Ela pode achar que isso é uma "fraqueza de caráter" e tem vergonha de pedir ajuda, ou então não sabe que se trata de uma doença como outra qualquer, passível de tratamento com grandes chances de sucesso. Nessa situação é muito importante que os familiares ou amigos próximos tomem a decisão de levá-la ao médico, seja o clínico ou médico da família, seja o psiquiatra. Este fará uma avaliação minuciosa do quadro, orientando na realização de eventuais exames laboratoriais, bem como no tratamento.



Os principais sintomas da depressão são: tristeza profunda e duradoura (em geral mais que duas semanas), perda do interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas, sensação de vazio, falta de energia, apatia, desânimo, falta de vontade para realizar tarefas, perda da esperança, pensamentos negativos, pessimistas, de culpa ou auto-desvalorização. Além desses, a pessoa pode ter dificuldade para concentrar-se, não dorme bem, tem perda do apetite, ansiedade e queixas físicas vagas (desconforto gástrico, dor de cabeça, entre outras). Em casos mais graves podem ocorrer idéias de morte e suicídio, havendo até pessoas que tentam o suicídio. A depressão é freqüentemente uma doença recorrente, a pessoa tem episódios de depressão que se repetem de tempos em tempos.



A causa da depressão não é conhecida. Sabe-se que vários fatores biológicos e psicológicos podem contribuir para seu aparecimento. Em algumas pessoas a hereditariedade tem um peso importante, outros parentes também apresentam depressão. Com muita freqüência a depressão começa após alguma situação de estresse ou conflito e depois persiste, mesmo após a superação da dificuldade. As pesquisas mostram que na depressão há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas) principalmente da noradrenalina e da serotonina. A descoberta destas alterações permitiu o desenvolvimento de medicamentos específicos para o tratamento da depressão: os medicamentos antidepressivos.

O tratamento da depressão se faz atualmente com a combinação dos medicamento antidepressivo com a psicoterapia. Esses medicamentos permitem uma recuperação gradual da depressão (em geral em algumas semanas) além de proteger a pessoa de novas crises depressivas. Por isto muitas pessoas precisam tomá-los por longos períodos de tempo, as vezes por toda a vida. Como os medicamentos demoram algum tempo para agir, é importante não desanimar; nesse período o apoio e a compreensão dos familiares é fundamental.




A abordagem psicoterápica concomitante ao uso de medicamentos permite que o tratamento de depressão seja mais efetivo. A razão para a utilização das duas formas de tratamento está na sua complementaridade A depressão, qualquer que seja sua origem, acarreta na pessoa deprimida uma serie de alterações em suas relações com as pessoas que a cercam, em suas atividades e fundamentalmente, na forma de expressão afetiva que possui. A dinâmica de suas emoções encontra-se prejudicada. É nesses aspectos que a psicoterapia pode auxiliá-lo. Leva a pessoa a reflexões sobre seu funcionamento dinâmico de suas emoções, possibilitando assim a reconstituição de seu modo de ser, que se encontra circunstancialmente alterado.